quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Mais forte

Você tem sido mais forte que eu,
E não merece uma medalha por isso.
Tem bem mais que eu,
E se expôs muito mais do que eu.
E ainda assim tem me usado à sua frente
Como um muro receptivo.
Não vai ser pra sempre assim,
Você sabe que não estou apaixonado por você,
E ainda assim espera devoção...
Mas o amor vai além dessa merda.
Você tem sido mais forte que eu,
Aguentando essa máscara
Que só você mesmo criou e se escondeu.
Por favor,
Comporte-se, então, como uma dama,
Não como uma prostituta.
Ao meu lado, assim, você não dura.
Acho que você tem sido mais forte que eu.
Ah... E outra coisa.
Não quero conhecer sua mãe,
Mesmo além dos seus pedidos
Só pra não dá-la o desgosto
De saber um pouco mais
Sobre como ela não soube lidar com toda essa sua mágoa.
Esse bebê que só vai saber chorar.
É... Você pareceu mais forte que eu.
Não venha chorar no meu colo,
Porque já existem muitos corações
partidos para serem cuidados aqui.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Por esses dias

A paz me envolveu, adentrou o casulo de algodão que foi construído de cimento em pensamentos.
Tanta proteção sem sentido... uma fortaleza criada por um ego medroso em uma bolha de sabão para o mundo.
Sentimentos perdidos.
Mal entendidos.
Pouco vividos.
Tristes.
Cinzas.
Sem vida.
Compreensão externa se estendendo e se entendeu ao que nunca foi possível encontrar em lugar qualquer por não haver permissão.
Desconexão de alma e mente que resiste aos poucos, por ser sábio que nada é perfeito.
Enganos planejados, mesmo que o querido não se torne o desejado.
Nada se compara à uma vida de tudo que uma mente aleatória pode divagar, mas ninguém se chateia, ninguém se frustra.
Se é sonho ou pesadelo, deixe pra quem tem mais sonhos ilusórios ou pesadelos lúcidos decidir... Não é tarefa minha. Preocupação é viver nem menos, nem mais.
Sem arrependimentos (ainda que tentando compreender as próprias confusões).
Nada como sentir-se mais livre.
Livre de julgamentos.
Livre das coisas (boas) desse mundo.
Livre de irritaçoes diárias.
Livre da solidão.
Livre da desilusão.
Algo novo e saudável todo dia.
Porque ser um homem melhor é árdua tarefa pra quem anseia.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Ego

É seu último adeus?
Eu duvido.
E nunca vou deixar de desejar o melhor para você.
E estarei aqui quando você voltar, certeza disso.
E ao mesmo tempo não vou deixar de pensar que você tem razão de pensar como quiser.
Você era apenas alguém tentando ser simples nessa infinidade mundana de sentimentos, sensações e expressões de tudo o que te resta do comodismo que te pressionou a ser o que é hoje.
Mas a vida não é assim... é?
E ainda que vivendo totalmente inseguro em seu mundinho autoproteror, a qualquer momento esperando ser atingido com qualquer faísca torturante desse conjunto de prazeres, você ainda deve se esconder atrás de um escudo de consciência profunda do que esconde de si.
Mas você raivosamente me faz deixar as armas no chão com um simples olhar e de repente é estendida uma bandeira vermelha de uma lasciva paz em meio à resposta de prudência quanto ao que você quer.
Mil falsos ouvidos captam "Liberdade ou Morte" frente aos meus sentidos despidos e desarmados.
Não há como resistir a tamanha sucumbência de dor.
Mas grito: "AMOR!"
Ninguém ouve.
E quando penso na solidão que a tristeza que este tipo de amor me trouxe, as palavras se tornam armas agudas adentrando meu peito, como se fossem bolhas-bombas sendo tossidas com o último fôlego da inocência de um bebê que sopra uma fumaça preta.
E você sabe que a realidade deste mundo muito é triste, e eu procurei fingir.
Mas não consegui, porque sei que ao mesmo tempo em que você se engana pensando que pode se desculpar a todo e a qualquer momento, age como se fôssemos lobos famintos em meio à terra gélida procurando alimento... que quando o encontra, o divide.
Mas a realidade deste mundo é muito triste, e eu procurei fugir de mim entre a fome.
Vivemos esse tempo experimentando várias formas de socializar animalescamente, ter alegria e mantermos-nos aquecidos, perseguindo livremente aquilo que tememos, juntos, dentro de uma jaula que achamos que existe.
Ameaças sórdidas contra os espelhos. Porque medo não existe no vocabulário de quem não se assusta com o pouco que este mundo canibal oferece.
Maldade nunca houve, mas presas, sangue e carne fresca sempre estiveram em nosso jantar vazio.
E essa morte sempre foi a primeira convidada do nosso inverno.
Mas cessou o tempo das caçadas lupinas em noites de Lua nova. Nessa caminhada vimos que sol e lua não fazem diferença, porque solitários lobos não precisam de ninguém.
A não ser da Linda Lua.


"Óh, Branca, Linda Sombra, durma em paz.
Não estarei esperando você voltar toda clara e sedutora,
Pois estarei cansado demais para ver-te, mesmo entre os uivos.
Nada vai acordar-me deste sono para ti, Lua Cheia."

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Carta.

Preste atenção... eu não preciso disto.
Sinto a ternura de suas rochas amedrontadas ao sentirem que serão destruídas.
Pena, que pena.
Preocupação, que preocupação.
Amor, que amor.
Esse coração chora de um amor 'inentendível'.
(E me poupe se você não {entende} encontra isso no dicionário).
É o que eu vejo dentro e fora. De mim... e de você.
'To di boa. Calaboca. Vai si fude.'
Eu digo que te amo.
Você tenta me calar e não consegue, então você mente.
Me diz como sofre em sua vida para tentar me comover, mas eu não tenho pena.
Eu não tenho.
E não acredito que você sinta o que quer sentir.
É uma tristeza.
'Cuide de sua vida' - digo - e você zomba do meu português correto.
Me chama de burro, de bobo e de tudo o que pensa, e fala, e pensa e xinga e pensa.
Eu sou isso tudo, muito, muito e muito... e da minha maneira me justifico que você me ama.
Você me ama.
Você me ama.
Você me ama.