quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Raro

Te dou pistas e falo nada.
Se irrita e me dá um nome: Estúpido.
Vivo assim,
querendo te ver enterrado em meus seios.
Meus meios de ver, almejar, desejar, conseguir.
Mas você me consegue.... me consegue bem longe do meu querer,
 e por isso me faz esquecer do que eu quero.
Você me laça e sempre me derruba.
Me ataca, me devora e me destrói.
E depois reconstrói.... E desfaz e refaz e desfaz... e refaz e refaz e faz todo o ser em mim desarmar.
Desarma e entrega à dúvida.
Uma dúvida sem perguntas. Sem perguntar. Já não faz diferença.
Me lança em um infinito que me expande e me faz ver que estou apenas com você.
E isso me seduz.
Me traz de pouco em pouco à consciência de onde eu deveria estar: Com os pés no chão, com os pés no não.
Mas de repente me envolve de novo, me arrasa, me rouba e me larga,
me usa e me deixa... e eu quero mais.
E volta, como se nunca tivesse me conhecido antes, sabendo tudo de mim,
derrubando todas as muralhas que foram construídas por si, por mim, por nós,
e se abriga em meu abraço,
lançando-se em fim no fracasso de viver o que nunca soube.
Vivendo o que se teme, se sente, se pede:
ser só, ser único, tentando ser algo merecedor por si só:
Raro.